O ex-diretor do Banco Central (BC), Alexandre Schwartsman, criticou duramente a proposta do governo de elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), classificando a medida como um ato de “amadorismo assustador”. A declaração foi feita em entrevista ao CNN Prime Time, onde o economista expressou preocupação com as implicações da medida.

Schwartsman questionou a lógica por trás da proposta, especialmente a alíquota inicial de 3,5% sobre remessas para fundos no exterior. Ele argumentou que tal medida poderia ser interpretada como controle de capital, levantando dúvidas sobre a competência da equipe econômica. “Essa questão do IOF cheira a improviso porque é improviso. Coisa de gente amadora, gente despreparada, sem conhecimento da economia brasileira”, afirmou.

A proposta de aumento do IOF gerou forte reação negativa no mercado financeiro, levando o Ministério da Fazenda a recuar da decisão inicial. O ministro Fernando Haddad justificou a mudança como uma forma de evitar especulações, mas a marcha a ré não atenuou as críticas.

O economista também criticou a justificativa do governo de que a alta do IOF seria essencial para evitar dificuldades financeiras na máquina pública. “Falar que não tem dinheiro para pagar a máquina depois que se aumentou o gasto em R$ 220 bilhões é um insulto à inteligência do público brasileiro”, disparou Schwartsman, demonstrando seu descontentamento com a condução da política fiscal.

Schwartsman ainda acusou o governo de priorizar o aumento da arrecadação em detrimento de reformas estruturais nas contas públicas. Segundo ele, a Receita Federal estaria mais preocupada em arrecadar do que em avaliar o impacto de suas ações na economia como um todo. A CNN apurou que o governo busca manter a alta do IOF para 2025, propondo uma alternativa apenas para 2026.

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